sexta-feira, março 09, 2012

Anúncio do Azeite Gallo acusado de racismo terá de ser alterado, diz Conar



São Paulo - A peça publicitária que apresenta a nova embalagem do Azeite Gallo deverá ser alterada, conforme orientação do Conar, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. A propaganda foi julgada pelo órgão na última quinta-feira, em São Paulo, e a decisão por modificação obteve maioria de votos.

Criado pela agência AlmapBBDO, anúncio de mídia impressa traz o texto "O nosso azeite é rico. O vidro escuro é o segurança" foi acusado de promover o racismo por um consumidor, que fez a denúncia ao órgão em novembro de 2011.
Procurado por EXAME.com, o Conar enviou uma nota em que justifica a decisão: "Os conselheiros seguiram o voto do relator, que considerou não haver no anúncio intenção racista mas ponderou que ele permite tal interpreção e que a comunicação não deve dar margem a associações equivocadas, pela responsabilidade social que tem".
Em comunicado, o Azeite Gallo explicou que o anúncio não voltará à mídia e que não pretende recorrer da decisão do Conar. Leia a nota, na íntegra:
"A AlmapBBDO recebeu a informação de que o anúncio criado para o azeite Gallo não foi considerado racista, porém pode dar margem a outras interpretações. Por isso deverá ser alterado. Muito embora não tenha recebido o teor oficial da decisão do Conar até o presente momento e como o anúncio foi veiculado no ano passado e não voltará à mídia, a agência não pretende recorrer da decisão do Conar."

Fonte: http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/anuncio-do-azeite-gallo-acusado-de-racismo-tera-de-ser-alterado

quinta-feira, março 08, 2012

RAP sobre o Rio de Janeiro

Rio por nós, Rio pra nós
Por: Camila Duarte, Marcelle de Almeida, Thais Vitoriano

Rio de Janeiro....
Em 2014 será a cidade da Copa,
E sempre também da praia de Copa

Então vamo
Chega mais vou te contar uma história
De um lugar abençoado, cheio de glória
Era Capital do Brasil, chamada de Guanabara
Chegou a hora da virada, é Rio de Janeiro que “tá na parada

Com muito samba, com muito amor

Nossa cidade, sempre maravilhosa, sempre encantada
Cheia de contraste, e que às vezes até te causa um desgaste
Sem falar nos bueiros que explodiram pra todo lado
Um dia no Rio, pode ser de aventuras
Só cuidado pra não parar nas alturas

Terra de samba, Carnaval, da Lapa
Chega aqui parceiro na nossa levada

Somos Cariocas apaixonados
Nosso povo trabalhador nunca desiste, na verdade ele persiste
“Quando saio cedo pra ir pro trampo
Isso me causa logo um espanto
Tá tudo cheio, tudo lotado
Num tem nem lugar pra ir sentado”

É no centro, é na praia, é na baixada, a galera toda empolgada
Com sol, a serra e o mar, toda essa beleza não tem como negar
“Mas quando chega a chuva... iihh aí complica”
É só se entregar e ser feliz
Pra curtir a vida do jeitinho que você sempre quis.

Propaganda utilizando um recurso para persuadir o receptor e etapas utilizadas para tal

  
   O recurso utilizado nesta propaganda foi a persuasão, fazendo crer que aquela doceria está na sua vida.

  As etapas utilizadas foram o impacto fisiológico - através da escolha do meio, lugar, visibilidade, legibilidade e audibilidade; impacto psicológico - despertando o interesse das pessoas em relação a propaganda; e a determinação de compra - fazendo com que os consumidores sempre procurem a doceria, por meio da convicção da propaganda. (persuasão).

  *Propaganda (fictícia) criada especialmente para a aula de Redação Publicitária 1 da Universidade Unigranrio - Caxias.

Dissertação sobre a 'coisificação' do homem contemporâneo em análise do poema "Eu Etiqueta" de Carlos Drummond de Andrade

EU ETIQUETA 

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
 (Carlos Drummond de Andrade)

    No poema de Carlos Drummond de Andrade o homem significa que é aquilo que usa, ou seja, há a perda de seus valores éticos e morais. É normalmente nas propagandas das marcas mais famosas onde são mostrados os valores de ter sobre o ser das pessoas, por isso somos como homem-anúncio dessas marcas sem que possamos tomar sérias decisões, pois sempre estaremos usando marcas no nosso dia-a-dia.
    Quando uma pessoa está usando uma marca famosa, ela está passando uma mensagem através de uma linguagem não-verbal, independentemente de conhecê-la ou não.
    As relações sociais, de consumo e identidade fazem com que as pessoas usando objetos conhecidos por outras, vire uma "coisa". Como o autor diz no poema "(...) E fazem de mim homem-anúncio intinerante, Escravo da matéria anunciada."
    Conclui que a pessoa perde o valor como pessoas em si e vira uma "coisa" pelo simples fato de estar mudando seu comportamento, usando uma marca que não lhe pertence, onde perde sua livre escolha. O homem se torna uma máquina comandada pela publicidade.

Texto dissertativo-argumentativo sobre a importância da leitura na vida do homem, segundo Guiomar de Grammont em "Ler devia ser proibido"

LER DEVIA SER PROIBIDO

(Guiomar de Grammont)


                A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madamme Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavaleiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
                Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
                Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas pra que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
                Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
                Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
                É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
                Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
                Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer do discurso os instrumentos de conquista de sua liberdade.
                O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há correntes, prisões tampouco. O que pode ser mais subversivo do que a leitura?
                É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
                Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história e outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
                Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

(PRADO, J & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp. 71-3.)


Guiomar de Grammont provoca reflexão a respeito da leitura a partir de um texto irônico, instigante e crítico. Segundo a autora, qual a importância da leitura na vida do homem? 

    A leitura se torna importante na vida do homem, pois é através da leitura que podemos conseguir lutar por nossos objetivos, e identificar as diferenças que existem no mundo. Ao mesmo tempo a autora fala que ler é estímulo aos pensamentos, a imaginação, onde mostra que toda fantasia é ilustrativa na mente dos seres humanos.
    Como a autora diz: "(...) ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser concedido apenas a alguns(...)", mas não só algumas pessoas que podem ser privilegiadas com a cultura, mas sim, todas, onde poderam conhecer mais sobre as notícias que acontecem no Brasil e no mundo.
    De acordo com a autora ler devia ser proibido senão as pessoas iriam cada vez mais se enriquecer de cultura e saber mais sobre a nossa verdadeira realidade, assim tornando pessoas inconformadas com os problemas do mundo, como: a viloência e as doenças transmissíveis, fazendo com que essas pessoas mudem seus caminhos na vida.
    Guiomar fala da importância de ler para reconhecer nossos direitos, mas é melhor não saber de nada, para que não começe uma disputa por nossos direitos e deveres como cidadãos.
    A autora em seu texto tem um ponto de vista crítico em relação a leitura, fazendo com que o leitor fique confuso entre sua visão positiva e negativa, isto faz com que os leitores fiquem sem saber se devem ler ou não.
    Ler torna o homem perigoso para o mundo, à medida que ele vai acrescentando e aperfeiçoando conhecimentos em sua cultura, vai se tornando mais sábio e capaz de discutir, defender e opinar em diversos temas que englobam a sociedade.